"Enquanto iam a caminho, disse-lhe alguém: «Hei-de seguir-te para onde quer que fores.» Jesus respondeu-lhe: «As raposas têm tocas e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.»

E disse a outro: «Segue-me.» Mas ele respondeu: «Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar o meu pai.» Jesus disse-lhe: «Deixa que os mortos sepultem os seus mortos. Quanto a ti, vai anunciar o Reino de Deus.»
Disse-lhe ainda outro: «Eu vou seguir-te, Senhor, mas primeiro permite que me despeça da minha família.» Jesus respondeu-lhe: «Quem olha para trás, depois de deitar a mão ao arado, não é apto para o Reino de Deus.»

Algumas pessoas vão ter com o Senhor e oferecem-se para o serviço do reino, há aqueles a quem Jesus chama pelo nome, há os que são alertados para a dificuldade, há aqueles que são convidados a não olhar tanto para o que deixam atrás. Eliseu, por exemplo, uma vez chamado por Elias pede um tempo para se despedir dos seus... e, sem mais, o profeta concede-lhe esse tempo e espera-o, como que contradizendo as palavras de Jesus neste texto.

Será a perene sabedoria proclamada por Qohélet: "Para tudo há um momento e um tempo para cada coisa que se deseja debaixo do céu"... o importante mesmo é acertar com esses momentos!

E, como explica Paulo ao falar da diversidade de vocações, em tudo e sempre é o mesmo Senhor que é Espírito que chama. Como percebê-lo então na diversidade dos apelos?... Ele não escraviza, mas liberta pois "Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes, e não vos sujeiteis outra vez ao jugo da escravidão" (Gl 5,1)!