Assim como a chuva e a neve descem do céu, e não voltam mais para lá, senão depois de empapar a terra, de a fecundar e fazer germinar, para que dê semente ao semeador e pão para comer, o mesmo sucede à palavra que sai da minha boca: não voltará para mim vazia, sem ter realizado a minha vontade e sem cumprir a sua missão.
(Is 55, 10-11)
Que Palavra é esta? Suave e forte, fecundante e destruidora?!
Palavra que sobe do deserto, que desponta como a aurora: bela como a Lua, fulgurante como o Sol e terrível como as coisas grandiosas!
Palavra que dá a morte e dá a vida, que faz descer ao túmulo e de novo nos levanta.

Todos que a conhecemos, todos que a sentimos entrar e revolucionar as nossas vidas confirmamos o dizer de Paulo: a Palavra é viva e eficaz, mais penetrante que a espada de dois gumes!

Como semente ela entra, repousa em segredo, faz-se esperar e ensina a espera.
É o tempo de saber para onde se vai para que a descontracção de caminhantes não deixe que alguém no-la roube.
É o tempo de perceber o interior de nós mesmos e desfazer as pedras que impedem a semente de lançar raízes suficientemente profundas.
É o tempo de definir prioridades para que mais tarde os espinhos não abafem o desabrochar.

No tempo certo ela brotará cheia de vida e de verdade, cheia da alegria perene que nada poderá abalar!