A MULHER ESTRANGEIRA
… mas a mulher veio prostrar-se diante dele, dizendo: "Socorre-me, Senhor."
Ele respondeu-lhe: "Não é justo que se tome o pão dos filhos para o lançar aos cachorros."
Retorquiu ela: "É verdade, Senhor, mas até os cachorros comem as migalhas que caem da mesa dos donos."
Então Jesus respondeu-lhe: "Ó mulher, grande é a tua fé! Faça-se como desejas."
E, a partir desse instante, a filha dela achou-se curada.

O mesmo Jesus que fala de mansidão e anuncia o tempo da misericórdia aparece aqui com uma agressividade pouco usual: decide não fazer caso da mulher estrangeira que lhe implora um favor!

Nada de novo para o nosso entendimento mesquinho: ainda hoje as mulheres pouco ou nada valem dentro das instituições que regem as nações e a aldeia global. Se são estrangeiras, pior um pouco!
Mas Jesus costuma surpreender a nossa visão reducionista da vida. Aqui, porém, limitou-se a responder como bom Israelita: "Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel."

Acontece que aquela que foi tida por nada surpreendeu toda a gente - Jesus incluído - com a sua sagacidade e, sobretudo, com a sua fé! O socorro que suplicava, o milagre da saúde para a filha não era mais que uma migalha de pão diante da magnanimidade do Deus para quem nada é impossível.
E Jesus sabia como é grande o Coração do Pai. Ouvidas estas palavras também Ele percebeu que o Pai o enviava para lá dos limites estreitos de Israel.

Grande é este Deus que nos escuta quando lhe falamos e está receptivo a que lhe mudemos a forma de agir!